sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dizem que os grandes poetas e os grandes escritores em geral são pessoas solitárias, que conversam com sua propria alma e expõe no papel o sofrimento de sua existencia. Talvez porque quando estamos envoltos e alegrias e felicidades , há tanto para curtir, que não olhamos o que se passa internamente , ou refletimos na existencia. Talves minha dor esteja passando...
Não ...
É emoção , as razões das lágrimas que brotam em meus olhos. Não é dor. É impressionante como a dor passou. Ficou um vazio. Uma saudade profunda. Uma proximidade de você, ao ver, ao tocar as coisas pequenas , simples e humilde que deixou.
Olhar para uma gaiola quebrada, servindo de enfeite... de uma aranha enroscada em sua teia...dos frutos abundantes nas árvores que plantou.
Nada mais será como antes e não vivi o que voce viveu, o quanto sofreu ou o quanto amou aquele lugar , aquela casa.
São dois tempos: A casa de minha infância onde vivi com vocês e onde estão todas as minhas lembranças e a casa em que voce viveu nos últimos dezesseis anos e onde permaneceram suas lembranças.
Suas janelas de vidros, seus bibelôs, seu romantismo juvenil nos traços de suas louças e toalhas.
Uma imagem machuca: a imagem de vê-la deitada, através da janela, em sua cama, nua, coberta apenas por um lençol, pálida e sozinha, frágil, abandonada, me chocou , quando chegamos para buscá-la . Meu coração sangrou de dor e piedade. Meu irmão não teve coragem de levá-la para sua casa ou de deixar alguém cuidando. Esta imagem marcou este dia. Mãe amada, mãe querida. A saudade será eterna, e como disse, em todos os dias de minha vida, de uma forma ou de outra, estou e estarei sempre lembrando o seu sorriso, o seu carinho, pedindo a Deus que onde quer que voce esteja, seja feliz e com muita luz, muito mais do que aquela que já brilhava aqui. Voce estará para sempre dentro de meu coração. Então, já sem raízes, cabe agora fazer a minha parte pelos meus.
(Senhora B - 25 a 28/05/2010)

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