domingo, 22 de novembro de 2009

Cigarras, calor


Cigarras cantando , enlouquecidas com o calor. Não dão sossego. Até durante a noite elas cantam.
E ainda estamos na primavera, com calor de 40 graus.


Com tudo isso ouço o barulho da furadeira perfurando a parede....mais uma prateleira, mais caixas, mais papeis.

Minha vida confunde-se entre casa e trabalho e o meu lazer retorna para estas paredes , minha " estufa".

Sem inspiração, ouço a rádio tocar musicas variadas, passeio pelo computador lendo poesias de Cora Coralina, frases de Chico Xavier, Neruda, Saramago.


Gosto de ler.
(Sonhei com mamãe esta noite, e ela dizia " nada acontece por acaso" ...)

(Senhora B. 22/11/2009 20:37hs)

sábado, 21 de novembro de 2009

DELICADAS, AS AMIZADES, Affonso Romano de Sant'Anna


Em 1995, em meio as turbulências da vida , passei por momentos de depressão.
Jamais pensei sentir o que sentia naquele momento. Foram dores insuportáveis  que amenizaram-se com o tempo. Aprendi como pessoa , como mulher, mas não me sinto confortável com as lembranças.

Naquela época meus filhos estavam distantes, a minha vida não tinha sentido sem eles, ainda que estivessem  bem cuidados por minha mãe.

Na minha busca de reviver meus sentimentos, de buscar o sentido de tudo, passei a escrever e ler textos que traduziam muito do que se passava dentro de meu coração.  Este texto de Affonso Romano de Sant'Anna me encantou. Passei a admirar este poeta escritor, guradando cuidadosamente esta sua cronica , recortada do jornal, entre os meus guardados preciosos. EU SOU ASSIM MESMO, GUARDO TANTOS TEXTOS QUE GOSTO.....

Hoje encontrei na busca do google, e queria eterniza-lo no meu blog, porque é lindo, é profundo, é maravilhoso.



DELICADAS, AS AMIZADES

"Pode-se dizer tudo o que se pensa a um amigo?"
"Quanto de verdade suporta um amigo?"
"Aliás, o que é a verdade?", já indagava Pilatos antes de crucificar o outro.
"Como combinar, articular, fazer coabitar a verdade nossa com a verdade do amigo?"
São muito delicados os amigos. Ou se quiserem, as amizades. São delicadíssimas. E é por isso que convém aceitar que cada amizade tem suas fragilidades.


Bom, se o anel que tu me deste era vidro e se quebrou, então, melhor seria que de diamante fosse. Este, inquebrantável. Mas amizade, convenhamos, é coisa humanamente frágil. E a gente pensa que ela está aí para sempre. Mas não tem a durabilidade centenária das sequóias, que ficam se alongando e nos ofertando sombra acima de tudo. Às vezes, as amizades são essas orquídeas, carentes de um tronco alheio onde se alimentar e florescer.

A gente pensa que amizade é coisa só de seres humanos. Não é. Os animais curtem amizades; alguns, o amor, e outros chegam à paixão extrema por seus donos. E, no entanto, amigos, alguns cães se mordem, quase se arrancam as orelhas num ou noutro embate, às vezes por uma cadela no cio, às vezes por nada.


Pode-se perder uma amizade por excesso de zelo, como se ao esfregar demais o tecido o rompêssemos. Cuidado, portanto, com o excesso, às vezes excessivo. Claro, também se perde amigo pela escassez de socorro ou de sinalizações afetivas. Também pela fala mal desferida. Ou mal ouvida. A gente fala ou escreve uma coisa, o outro ouve outra coisa. Se não der para desentortar a frase ou o ouvido alheio, a amizade fica torta.

Diz o apóstolo Paulo que o amor tudo suporta, tudo espera, tudo perdoa.
- Será assim a amizade?
Até hoje não ficou muito clara a diferença entre amor & amizade.


Mesmo porque muito amor termina se metamorfoseando sem amizade; uma amizade pode virar amor, e podemos inimizar a quem amamos e nos esforçamos por ser amigo de quem nos despreza. De resto, para matizar ainda mais as coisas, os franceses costumam falar de "amizade amorosa", algo parecido com que aqui há tempos se chamou de "amizade colorida".

Mas o que fazer quando algo nos incomoda no outro e a gente sente que, se não falar, a amizade vai começar a ratear?

Não há amizade assim solta no ar. Cada amizade tem sua usança e sua pertinência.

Deveríamos então criar um manual, algo assim como "Amizade, modo de usar?". Ah, sim! mas isso já existe, está, lá naquele best-seller Como fazer amigos e influenciar pessoas.

Está?
Drummond tinha razão, uma triste razão, é verdade, ao dizer que as pessoas deveriam manter entre si a mesma relação que entre si mantêm a ilha e o continente, um certo distanciamento e uma não muito estouvada confraternização.

Mas aí a amizade vira algo pouco tropical, e como Thomas Merton dizia que nenhum homem é uma ilha, o que fazer com os que não têm a fleuma mineiro-britânica e não suportam viver num frio ou morno relacionamento?

Há pilotos que pousam pesados Jumbos com uma suavidade angelical, e por isso merecem aplausos.
Há médicos que fazem incisões profundas para manter o outro vivo.
Como dizer o que se deve dizer sem sangue ou náusea?


Um dia um ex-amigo me disse:
"No princípio tentei te imitar, depois resolvi te destruir."
Tive de me proteger.


Quem, como José Martí, dirá que "cultivo â rosa branca em junho e em janeiro para o amigo sincero que me dá sua mão franca, e para o cruel que me arranca o coração com que vivo, nem cardo ou urtiga cultivo, cultivo a rosa branca"!?

Delicadas, as amizades. Uns porque se aproximando do poder esquecem os que no poder não estão. Neste caso não se pode nada. Outros porque viajam de formas várias e absolutamente impenetráveis ao redor do próprio umbigo.

Retornarão algum dia?

Nesse caso, como dizia Neruda, os de então já não seremos os rnesmos.

Há vocacionados para amizade. Têm um dom natural. Árvores copadas onde se reúne o rebanho. Quando você vê, está todo mundo ali ouvindo, curtindo ou simplesmente estando.

Qual o grau de resistência de uma amizade?

De um metal podemos dizer: derrete-se a tal ou qual temperatura.

São delicadas, as amizades. E mesmo as mais sólidas às vezes se desmancham no ar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mulher de Cinquenta










Mulher de Cinquenta. Alguns anos atrás, no viço da juventude, eu observava as mulheres que passaram dos vinte. Em minha concepção infantil, pensava que eram velhas.  Ao longo dos anos , alcançando passo a passo cada idade, vejo que não são e nunca foram velhas. O nosso corpo , é claro, não tem o mesmo viço, a mesma elasticidade, as mesmas curvas.




 No rosto, nas mãos, surgem rugas, mas o coração...ah, o coração. Este não envelhece não. O coração conserva os mesmos sentimentos . Ansiedade, amor, mágoa, alegria, tristeza, saudade, vibração, desejo...paixão...reflexão...sonhos...
Minha alma não vê um corpo mais cheio, redondo, gritando uma baixa estima por não apresentar a formosura do passado. O que enxergamos , é o corpo de nossa alma, um corpo leve, exegante, doce, sexy, juvenil e feliz.

Vislumbro a mulher que existe dentro de mim, sempre com uma sensação de dejavu , de que em algum momento de minha vida, vivi esta moda sóbria e elegante, com graça e alegria, com chapéus e luvas, perfumes envolventes, entretanto quem terá sido eu?  E seguindo este rumo da vida, no ano 2009.





Nooossa!!!! Ontem mesmo era virada de 1999 para 2000! Pois é, quem diria. Lembrando dos meus 2, 6, 9 anos, de minha adolescencia e juventude,vejo que o tempo passou rápido demais. Aprisionei-me (?) por amor , e nestas paredes, sentada, lutando, trabalhando, o tempo passou. Voou.



Chego agora, a beira dos cinquenta , concluindo que não vivi a minha vida. Aqui, o tempo passou sem sentir, sem perceber. Eu escolhi o meu caminho, o meu destino.

(Senhora B. 20/11/2009 20:59hs.)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Amor Verdadeiro

Meu filhote ontem me questionou sobre o amor.... eu respondi : Amor não é sexo.
Hoje abro meu e-mail, e não resisti . Tive que mandar este texto maravilho do site STUM, Somos Todos Um, para ele. Não é lindo?

www.stum.com.br/tc20243

O Amor Verdadeiro

por Maria Cristina - tina.lc@hotmail.com





Fala-se hoje em dia, de forma um tanto crítica, naquilo que chamam de “amor romântico”, como se fosse um tipo menor de amor, mesclado de infantilidades, de falta de bom senso, de fuga da realidade. Estive pensando muito sobre isto, pois me considero uma pessoa romântica, uma daquelas remanescentes, talvez, de uma época que já passou, dos chamados “anos dourados”. O que ficou claro pra mim é que eu não reconheço amor sem muito carinho, muita ternura, confidências ao pé do ouvido, cumplicidade, respeito, troca de olhares sinceros da alma, simbolismos, beleza, delicadeza, muita amizade e tudo isto dentro de uma confidencialidade onde só os dois cabem! Enfim, acho que o amor verdadeiro nos conecta com a criança que nos habita e que nos tempos atuais da racionalidade, da busca desarvorada de um supérfluo que nos custa caro demais, está esquecida, chorando e pedindo pra ser ouvida, pelo menos quando estamos mais distanciados de todo este barulho e deste movimento excessivo, que nem cabe no tempo.



Amor que ama faz surpresas, sonha com letras de músicas, reconhece perfumes, busca se expressar em pequenos presentes, em toques cheios de carinho e de muita sensualidade também, nascidos de um desejo profundo que se extravasa, por não caber todo no coração...



Que pena que hoje se está perdendo o costume de fazer serenatas embaixo da janela da pessoa amada! Como é maravilhoso acordar com uma música apaixonada e terna sendo cantada por uma voz que reconhecemos, cheia de ternura e doçura, de ardor e desejo!

É tão bom sentir no olhar do outro a verdade de um sentimento que nada pede além da necessidade de ser revelado. É tão delicioso tocar alguém fora do momento de fazer amor, apenas pra lhe lembrar do quanto é amado.



Receber flores em momentos imprevistos, ser surpreendida por um telefonema no meio da noite, que nos acorda apenas para enviar um beijo e desejar uma noite de bons sonhos!

Dar presentes sem tanto valor material, mas cheios de pequenos detalhes que relembram momentos gostosos vividos e que assim se perpetuam...



Tudo isto parece que nos faz andar sobre uma passarela de flores, de magia e isto é o verdadeiro amor, que é romântico, sim, mas que não poderia ser vivido de forma diferente.

Aquele sentimento puro e ardoroso, que nos preenche, que nos ilumina inteiros, que nos faz príncipes e princesas de um verdadeiro conto de fadas, que precisamos saber cultivar com os pequenos detalhes românticos, no dia-a-dia.



Como amar se não for deste jeito? Será o amor um sentimento capaz de sobreviver sem todo este doce mistério, sem esta doação de essências, sem este alimento que vem do fundo de nosso espírito e que se estabelece, simplesmente, sem teorizações, sem explicações, sem porquês, sem nada...



O AMOR VERDADEIRO É! E se expressa usando de todos os recursos de beleza e criatividade, de pureza e doçura, de poesia, de romantismo.



Estou escrevendo e percebo muito azul em torno de mim, uma vibração potente e ao mesmo tempo frágil, que pede para se manifestar em nossas vidas, pra levar, de vez, pra longe, o que houver de violência, de tristeza e de dor.



Viva o amor que pede passagem na vida de cada um, com muito romantismo, muito olho no olho, muitas carícias e muita cumplicidade. Pra que isto aconteça assim, precisamos nos dar um tempo... Abrir um espaço em nossas vidas, acreditar no incomensurável, no sentimento, naquilo que o coração expressa com força, apesar de todo o desequilíbrio e violência de tantos à nossa volta. Precisamos soltar os nossos corações, tantas vezes aprisionados pelo medo.


(Senhora B. 17/11/2009 - 11:04 hs)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Queda de braço e outras coisas



Há quem encare uma eleição com desespero e paixão. No passado talvez me sentisse assim. Hoje não. Encaro uma eleição de classe como jogos de interesses politicos onde os ideais não prevalecem. Depois de compreender que nossa sinceridade nem sempre é bem interpretada e que nem sempre a amizade é cultivada , não posso me sentir decepcionada. É algo assim, tipo sentir-nos vaidosos por vencer uma eleição. Mas para mim, malgrado algumas situações ridículas de uma oposição, vejo que não vale a pena gastar energias com ódios e rancores por uma disputa por vaidade.  A paz e a quietude de exercer livrememente uma profissão , por si, já encanta o coração. Portanto vamos torcer que o melhor possa suceder para todos nós.



Fora as eleições , retorno ao meu lar, onde tantos personagens estão envolvidos por diferentes problemas. Problemas de amor. Ainda os filhos , meus meninos. O foco hoje é o mais velho: Arrasado, decepcionado, sofrido e ainda muito,muito apaixonado por quem não lhe dá valor. É isso que dá criar um filho todo certinho, todo cheio de romantismo...  Eu criei um príncipe, no sentido daquele homem que toda mulher gostaria de ter ao seu lado. O problemas das mulheres é que elas não querem mais amor e cabana. Querem dinheiro, posição social, presentes caros.... Isto é, aquelas mulheres que não sabem o que é o amor. Então o que fazer? Apelar para que Vênus, a Deusa do amor, compadeça-se e mande Cupido trazer urgentemente alguém que possa amenizar as frustrações de amor?


Esta menina abalou o coração de meu filho. A dor deste amor tão cedo não passará, ferindo, remoendo, remexendo a sua vida, a sua alma, enquanto ela vive as aventuras  e loucuras  que escolheu... que pena.... Daqui há alguns anos, este amor será relembrado, e lamentado por ter sido desprezado....
(Senhora B. 16/11/2009 - 23:21hs)


O gosto do mar.

O gosto do mar.







Acho que desde 2001 eu não entro no mar, não tomo um banho de mar.






Neste domingo eu entrei nestas águas salgadas, sentindo meus pés no fundo da areia, brincando com as ondas.







Mar calmo, sereno, fazendo carícias em minha pele. É claro que o sol e o mar, lindos em seu esplendor gostam de deixar suas marcas, suas lembranças. Estou vermelha como um pimentão, mas com meu coração calmo , seja pelo gosto salgado ou pela leveza das águas, ou pelo caminhar na areia quente da tarde.







Precisava sentir o cheiro da maresia, do vento em meu rosto.



Precisava ver o brilho do sol refletindo no mar, olhar a imensidão do horizonte.

(Senhora B -16/11/2009 - 11:41)

sábado, 14 de novembro de 2009

Refletindo a semana.


Cara, esta aí em cima, sou eu!  Claro que não tenho mais bebezinhos, mas filhos são eternas preocupações e emoções. Os anos voaram num piscar de olhos. Tudo a mesma coisa, os filhos cresceram, buscam suas proprias vidas, tem suas emoções, e somos expectadores deste novo espetáculo da vida, com novos personagens que se criam e recriam.

Longa semana de tantos sentimentos, de ver um de meus filhos insistindo em se casar tão jovem. Enchi o saco, a paciência, revoltei-me com a atitude infantil de ambas as partes, e, se antes eu "deixei rolar" esta pretensão de casamento para vê-lo feliz, hoje , sinceramente tenho a preocupação quanto a seu futuro e sua felicidade. Quando será a próxima crise desta moça? E quando será a sua próxima crise? Jovem, sem experiência, desempregado e uma mulher megalomaníaca, mais velha ( não tenho preconceito quanto a isso) e no entanto age como se fosse uma menininha mimada, sem ver o quanto a vida é difícil para crescer e conquistar uma estabilidade. Não posso impedí-lo de casar.


Se pudesse, certamente eu o faria, ainda que ficasse de coração partido como no dia em que desesperado , chorava, soluçava , deixando-me preocupada com os procedimentos desta que ele quer que seja a sua mulher.

Não por ser a tal sogra-cobra, mas para que pudesse amadurecer e ter plena certeza de seus atos. Será que apenas eu encaro o casamento com tanta seriedade e responsabilidade? Afinal de contas, os jovens atuais, ficam, moram juntos, fazem filhos, se largam, passam para outra. Onde está a estrutura familiar? E o seu equilíbrio emocional com esta mulher histérica? Será que ela vai se modificar? Vai se controlar ?


Semana  de apagão! Estavamos aqui, conversando e de repente: A luz se apagou. A luz de emergência estava fraca e logo acabou. Achar uma vela... Ah....daqui a pouco a luz retorna.... nada, nada. Foi um apagão geral, sem previsão. O filhote foi fazer o jantar na base da luz de vela. Até então, tudo era diversão, mas com um calor terrível.Sem telefone, sem celular, tudo mudo. Uau!!!!! Que meda!!Rsrsrsrsrs.

A rua ficou um breu , a chuva caia  e do chão subia um vapor quente e abafado....Melhor a fazer é tentar dormir.... A luz chegou já de madrugada.  E tudo ficou ruim...Ficamos sem água. Aliás este problema ainda perdura e incomoda  demais por causa do calor , do suor, das roupas para lavar, da casa para limpar, do quintal...


Ai, ai!  Que vontade de estar arrumadinha, elegante, sexy e magrinha. De sair para tomar um chá, poder deleitar-me em torradinhas e pãezinhos com um bom papo. Passear, sentir a leveza da tarde .... Ah, não dá para sentir leveza com este calorão, com este sol de 40 graus, com pernas cansadas, alma cansada...




O ideal , tirando as preocupações com os filhos homens, refletindo sobre as filhas, vejo que o melhor a fazer é abraçar o meu "velho" , o meu companheiro de todas as lutas, mesmo com seus estresses e "ranzinzites", é o meu porto seguro, é o amor solidificado através dos tempos com a sobrevivência das crises, das mágoas, apesar de não ser como meu sonho, é o meu pé no chão. E assim como tenho os meus sonhos , os meus anseios, as minhas inspirações, ele possui as dele, do seu jeito, sem que eu possa conhecer o seu verdadeiro eu em todos estes anos. Aí, quando cada um dos filhos procura o seu lado, a sua diversão, a solução de seus próprios problemas e nos tornamos chatos e quadrados para nossos filhos, que apesar de amorosos passam a achar que não sabemos mais nada, que não sabemos nos comportar, envergonhando-se de nós... sobramos nós dois.

Apenas nós dois. 

(SENHORA B. 14/11/2009 - 17:04HS)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Coração rasgado



Preciso de concentração.


Os inimigos tentam avançar no terreno e não posso fraquejar.



Não sei se o tempo conspira contra ou a favor e se os embates são propositais para esquecer a dor.



Deveria se tempo de paz. Mas não. Além da sobrevivencia do dia a dia, lidar com as pessoas é um trabalho a mais de paciencia, observação, interpelação, cobranças. Não tem estirpe, não possuem vontade de abraçar com amor o seu ganha pão. Não é fácil não.



Meninas fúteis, inconsequentes e é com este material humano , com estas pedras brutas que preciso lapidar nosso trabalho e doar conhecimento, amor, em troca de tantos aborrecimentos e decepções. Não dá para contar as inúmeras decepções por esperar demais, apostar demais na fidelidade, no companheirosmo, no espirito desinteressado das pessoas. É apenas dinheiro e vantagem. Nada mais. Eu é quem deveria modificar meu pensamento, meu sentimento, meu modo de ser e não envelhecer assim, feito carvalho, guardando sabores do passado que dificilmente será resgatado.


Sociedade egoista, interesseira.
Meu coração está amargurado, dolorido, ferido, magoado.
Todas as dores simultaneas .



Talvez o ápice do stress de meu filho tenha feito sangrar novamente a dor da perda ou do medo de perder. Soma-se a impotencia de ver um outro também sofrer, e por amor juvenil, despedaçado, desfalecido talvez pelo desejo, ambição , facilidades que a vida oferece vaidosamente, trocando o sentimento verdadeiro e belo , pelo que o lado material pode oferecer. Mãe não tem como curar estas dores. Conheço cada pedacinho do coração de todos eles , vejo os conflitos que borbulham em sua alma, inseguranças, mas sempre tão meigos, dóceis, damas e cavalheiros que receberam de mim a essencia profunda de amor. E o que assistimos ao nosso redor , apenas frieza do ser humano, egoismo, interesse próprio.



Preciso desafogar esta dor que rasga meu coração, não posso entrar em depressão, não posso admitir adoecer minha alma. Eu precisor ser e continuar a ser forte, guerreira, vibrante, positiva, aberta aos raios de sol, as caricias da lua, ao encanto das estrelas, a brisa do vento, ao canto dos pássaros, a energia da natureza, as forças divinas de Deus. Eu fecho minhas portas aos meus inimigos e abro a minhas portas para a Vitória. Amém! (Senhora B. 04/11/2009 - 11:28hs)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Filhos, meninos


Filhos. Filhos amados,filhos idolatrados.
Que mãe não ama desesperadamente seus filhos?
Sofre por eles, junto ,derramando cada gota de lágrima?

Filhos. Meus coração se parte, despedaçado ao ver sua dor.
Meu Deus. Os dois meninos amados sofrem as amarguras do mundo.

Decepções, preocupações, desamores. Cada um com seu coração partido, angustiado.
Nestas horas busco o doce amparo dos ombros da filhas. Frageis sim, delicadas como porcelanas,mas de certa forma mais resistentes que os meninos.

E a angustia toma conta de meu coração, tentando secar as lágrimas de um, e socorrer o outro distante.

Mãe. Palavra miúda  mas que comporta tantos sentimentos.

E nestas horas deixo de lado o trabalho, choro, me desespero, o coração sufoca e sangra, posto que nele há ferida aberta e profunda. Mais dor!? Não, não.


Tudo se passa, gira  em frações de segundos, quero ligar para todos os lugares, buscar o amparo, o socorro. Pior. Temerosa. Os ultimos acontecimentos em minha vida deixaram-me traumatizada com hospitais, decepcionada com os profissionais, assustada com o desamor...

Dias difíceis vem e vão.
Dores profundas como a decepção,
dor da alma , sem remédio. Ou melhor, somente o tempo pode curar, robustecer, fazer crescer.
E nós mães, sofremos com nossos meninos.

Quem disse que homem não sofre, não chora, não sente dor?
Quem disse que homem não tem sonhos de se casar por amor?
Dores diferentes de um e de outro, mas no fundo, são problemas de amor.

Que Deus olhe pelos homens de nossa vida, nossos meninos , filhos do coração e da alma, eternas crianças aos nossos olhos.

(Senhora B , 03/11/2009 - 23:54hs)

domingo, 1 de novembro de 2009

Eu e as azaléas!


É madrugada!
Fui ao mercado e trouxe mais azaléas. Agora de diversas cores.
Estou encantada com as flores.

Feliz, comecei a pegá-las em meus braços, como criança pega em seu brinquedo favorito. Logo minha imaginação, fértil, voou para meu jardim virtual.
Ah! Ficaria tão lindo lá em casa, tão humana! Vou levar.


Irresistíveis, peguei brancas  com tonalidade rosa, outra bem pink, outras suave como a primeira que trouxe.
Apaixonei-me pos suas flores, pela tuia, pelo lírio da paz....queria mais e mais, queria até uma arbusto lindo.... mas devagar eu chego lá.  Meu velho se irrita. Aí eu falo, poxa, são flores. São amor para a casa.
E é isso que vem brotando em mim, o desejo de um belo jardim, de flores, de enfeites, de aroma, para levantar a alma de minha casa, para que ela se cure, e se ajude . Quero me apaixonar por minha casa.

Senhora B - (02/11/2009 01:28 hs)