segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Desânimo



Desânimo!


Esta noite, tive insônia. 2009 não está sendo um ano tranquilo. Muitas coisas tristes aconteceram em minha vida. Perder minha mãe, foi de uma dor profunda, enlouquecedora. Depois perdi minha empregada, uma jovem de 26 anos, que morreu estupidamente de um aneurisma, tres meses depois do falecimento de mamãe. Sucederam-se a estes fatos o tumultuado relacionamento de meu filho mais novo com uma mulher mais velha que culminou em um casamento no cartório, com ele desempregado, depois de crises de choro(dele), depressão e um quase excesso de medicamentos por conta desta instabilidade. Não que eu tenha algo contra as ele relacionar-se com mulheres mais velhas. Não. É a forma de agir, são as atitudes. Os olhares! Esta sim, não precisa falar. Se olhar diz tudo. Muda, calada. Oro para que meu menino e ela sejam felizes....

Mas não ficou por aí. O mais velho entra também em depressão . É encerrado um relacionamento de cinco anos, com uma linda menina, iniciado com sua adolescencia.... É amor, sonhos desfeitos, traição, dinheiro.....

Neste compasso, entra a filha mais velha. Longe de sentir depressão, deveria ela, seguir em missão de restauração.... Por mais que se diga:" ora e vigia" , cai em tentação! E acha que a gente não vê, não sabe, não percebe. O mundo gira, as palavras são delicadas e temos que ter cuidado em acusar os outros, quando em casa podemos ter um mesmo espécime em evolução.

É a fantasia, a sedução.




Então meus fantasmas não eram um conto de natal, mas acordada, arrastava em pensamentos os meus grilhões, os meus tormentos. A quem desabafar, a quem recorrer?



Não é fácil ser mãe. Não é fácil.



Então ecoa em meus ouvidos as palavras de meu marido: " Um dia voce vai colher o que plantou para mim". Diz isso em relação aos filhos.



Eu me revolto, despedaço meu coração, porque no meu silêncio, eu não plantei para ele nenhuma revolta, senão ensinar os filhos a tentar compreende-lo e a amá-lo quando sempre com arrogancia , gritos e tirania ele agia, como esta noite insone que só ouvi gritos, cobranças que não secaram meu amor, mas secaram o meu desejo de mulher. E então eu digo, no meu silêncio, eu já colho a indiferença, a irresponsabilidade , a despreocupação de meus filhos quanto ao que ora vivemos, para ganhar o pão de cada dia, numa luta contínua, sofrida , mas sempre honesta e correta.



Meu coração está sentido .




Passei um Natal fora de casa, ceando com clientes-amigos, mas sempre lembrando de como são " perigosas as amizades". Passei extremamente mal, talvez uma intoxicação, mas tudo reafirmando que não posso e nem tenho o direito a um mal estar. Ninguém faz nada!!!



Estou estarrecida diante aos dias que se passaram neste ano. Lágrimas , dores, mágoas, sofrimentos, angustias, decepções.... Finalmente ao longo destes 30 ou 25 anos, não tive uma decoração natalina, uma ceia feita em casa, a não ser uma singela árvore de Natal branca, com parcas bolas azuis e brilhos azuis e brancos, adquiridos na " marra" para purificar este final de ano.



Estou na esperança de que as coisas ruins fiquem definitivamente enterradas em 2009! Inclusive o meu luto. Quero poder olhar para frente , mais leve, mais serena, ainda que me custe dizer algumas palavras que possam magoar a alguns de meus filhos. Amar é também dizer não?! Então eu amei demais e não soube dizer não. Devia então deixa-los magoar, sofrer e aprender a viver. Meus filhos não aprenderam ainda, a viver. E com isso o sofrimento de vida poderá ser maior. Quiz tanto protegê-los, evitar mágoas... Não adiantou . No fim magoados foram eu e o pai, profundamente e eles se achando incompreendidos.



Faltam ainda alguns dias para encerrar o ano. Confesso que neste ultimos dias, desejo de escrever, desabafar não faltou. O que me faltou foi ânimo. Porque o desânimo tomou conta de mim. Completamente!



(Senhora B.  28/12/2009 - 11:25hs)

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