quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Noite fria de primavera

Noite fria de primavera. Não vejo estrelas, não vejo a noite bela. Talvez seja a exaustão que afeta minha'lma ou a melancolia guardada em meu coração. numa luta diária, girando e girando  nos ponteiros velozes dos segundos do tempo, no relógio a vida.
Ela corre, gira, passa, sem dar tempo de pensar, sem deixar transparecer a angustia que aperta o coração.

E vivo. Vivo não intensamente. Vivo numa centrífuga do tempo, sem parar para respirar, apreciar, viver.
Quando a noite chega, não percebi o dia passar. O cansaço tomou conta de mim. As vezes sequer consigo dormir. Já não tenho sonhos eróticos, sequer o sossego e a suavidade do descanso sacro de fechar as pálpebras para apenas ouvir o sussurro de pássaros, ou do silêncio da noite.

Não há ressentimentos,não há rebeldias, somente o cansaço , espantado diariamente na relutância de vencer , resignadamente, o tempo, combatendo as adversidades, superando todas as forças que emanam de mim.

Apesar de pacata e paciente, preservo ainda um vulcão flamejante dentro de mim, preparada para a guerra, numa luta sem fim. Não é o que quero nem o que desejo, senão uma vida pacata, serena, banhada pelo burburinho de aguas calmas e serenas, tranquilas com o gorgear de pássaro, em manhãs orvalhadas e perfumadas.

Não é fácil para ninguém, afastar as pedras do caminho e seguir adiante, sem as preocupações naturais de qualquer família, de qualquer mulher, ou de qualquer mãe.
São preocupações eternas . E neste caminho, não há como sempre agradar ou deixar de magoar ou de se preocupar.  Não há como deixar de olhar um filho, observar o outro, caminhar como companheira e esposa, e de repente ver que na verdade, voce deixou de viver, de preocupar-se com si mesma, para viver a vida de cada um, como um amparo, como uma estrela guia.

Na verdade, não existem fórmulas mágicas, para que deixe de ser eu mesma.

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