sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Viagem no tempo.


Aquietei-me em sonhar de olhos abertos.
Viajei no tempo entre o passado e futuro.

Lembrei-me de meu tio predileto e de sua esposa.
Vi nitidamente o seu rosto redondo, sorriso bem feito entre lábios de carmim.
Cabelos ajeitados e corte de camadas, curto.
Oculos grandes a ocultar-lhes os olhos.
Blusa branca de bolinhas pretas, cintura bem delineada, voz firme e bem timbrada.

Do tio, lembro seu sorriso aberto. Acho que eu nunca o vi sério. Sua semelhança com papai sempre me cativou. Sua voz era muito gostosa de se ouvir.

Achava-os um charme. Lindos, charmosos e apaixonados.

O tempo passou, crescemos. Nem todos os sonhos são realidades. É apenas o jeito como aquela realidade chega aos nossos olhos. Não conhecemos suas intimidades, não conhecemos as as suas aflições.

Porque estes pensamentos agora....estas lembranças.... temores do porvir? Filhos são preocupações. Nem todos possuem a  fibra que desejamos que possuissem...

Volto a pensar em reencarnações, lições de vida, regressões....privilégio de poucos , aspiração de muitos...
A ternura indestrutível oriunda do amor de uma mãe por seu filho, traz preocupações constantes. É preciso deixar viver. É preciso não sufocar pelas inseguranças, esquecendo-se de um um dia também fomos jovens, audazes, donos do mundo e de nosso destino. Viver e deixar viver.

Passados hoje quatro meses da passagem de minha amada mãe, devo refletir o " eu ser mãe" em todos os seus sentidos figurados para  interferir ou não na vida dos filhotes

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